Month: Outubro 2021
Vaso obra do esposo, decoração minha. Ficou linda.
Quando a intuição nos trai, quando a matemática nos salva
✏Escrevo ✒
Escrevo e as palavras parecem teimar em tardar.
Dedilho as teclas e tento encontrar um rumo.
Pelo meu rosto rola uma lágrima de tristeza e dor.
Os pensamentos vagueiam num tempo que já não volta.
Perdida na falta dos afetos que me foram roubados,
Dos colos que me reconfortaram, das mãos que me limpavam as lágrimas.
Como desejo que aqueles que amei e me amaram fossem eternos.
Preciso deles e não os posso abraçar, chamo-os e não podem vir.
Escrevo como quem procura consolo, consolo nas palavras que confortam.
Imprimo e nas linhas que surgem na folha, que absorve as lágrimas, lê-se dor.
Tenho tanta saudade… dói tanto… tanto…
Na folha corre um minúsculo regato, uma lágrima que desliza,
A luz do candeeiro fá-la brilhar com uma estrela.
Que brilho intenso, cintilante!
Em meus lábios surge um sorriso e nos olhos um laivo de alegria.
Como por milagre, a tristeza…
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Olhos de criança.
Quem já olhou atentamente para os olhos de uma criança?
No seu olhar cabe o mundo e o sonho, a ternura e o amor.
Olhos cristalinos de pureza imensa, olhares de pura inocência.
Neles esconde-se toda a verdade e a vida surge bela e pura.
No profundo do azul, verde, castanho, negro… uma centelha brilha.
Centelha do amor, centelha de ilusão, centelha do sonho.
Janelas de mundos inimagináveis onde imperam histórias de encantar.
Histórias irreais… tão reais… vividas…. Desejadas.
Janelas que escondem almas intocadas, nunca corrompidas.
Como eu gosto de me ver nos olhos das crianças,
Neles sou pura, bela, desejada e amada.
Doce reflexo de pureza imensa, portal de universos paralelos.
Mundos por descobrir… mundos por viver.
Num só olhar promete o futuro e ilumina o presente.
Nos seus olhos o brilho de todas as estrelas do universo,
Evocam o começo e o final dos tempos.
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Saudades!
Évora megalítica
Em redor de Évora: Pedras com história.
Pôr do sol
Negro.
Negro
O negro desce sobre a terra e a luz perde-se no
horizonte.
Um manto negro cobre tudo nas horas tardias.
No calor de uma lareira tosca de um pobre monte
Uma criança procura as estrelas através das vidraças.
Suas roupas são negras e as lágrimas correm no seu rosto.
Lá no alto as estrelas brilham como joias maravilhosas.
Uma brilha mais intensamente sempre que ele a olha,
No seu rostinho um sorriso se revela.
– Olha pai, é a mamã a mandar beijos.
Tinham-lhe dito que as pessoas não morrem,
Transformam-se em lindas estrelinhas no céu.
O seu coração brilhou por instantes soltando um desejo
– Vem ver-me todas as noites, brilha para mim…
Quero aceitar e devolver os teus beijos.
Um raio de luz surge, é o dia que se levanta.
Sob o parapeito da janela a criança adormeceu.
No seu rosto um sorriso brilha…
Tornando o coração…
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escreversonhar 