Façam com as palavras, aquilo que quiserem, desfaçam-nas:
Separem-nas letra a letra e joguem, brinquem, façam-nas dançar.
Criem novas palavras, palavras de amor e alegria, palavras sãs.
Jamais escrevam a dor e o sofrimento, o ódio e a intolerância.
Escrevam palavras lindas, brilhantes como o sol.
Que brotem como as mais lindas flores num prado de melodia.
Que soem, cristalinas, como o riso feliz das crianças.
Façam com as palavras o que quiserem, esgrimem-nas como adagas.
Deem golpes de frases, decepem a ignorância, disparem conhecimento.
Com um arsenal de letras disparem palavras em rajadas de linhas,
Deixem correr rios de ideias, mares de entendimento.
Derrotem mundos de ignorância, criem países de sábios,
Façam surgir impérios de puros e bons sentimentos.
Não deixem morrer as palavras, curem-nas e estimem-nas.
A sua beleza é imensa e o seu poder incalculável.
Lancem-nas no leito das páginas e misturem-nas.
Elas vão revelar poderes imensos, magias incríveis.
Surgirão histórias, livros, estantes, bibliotecas…
Conhecimentos novos, puros, imparciais e assim…
Poderemos voltar a refletir sem limites, sem tabus, sem censura.
Fortunata Fialho