Escrever…

Escrever…

Nestas páginas que escrevo deixo a minha alma. Escrevo o que sinto, o que desejo, o que me alegra, me entristece e me consola.

            Escrevo sem medos e sem reservas.

            Escrever transporta-me para um mundo só meu, um mundo sem regras, um universo muito meu onde tudo é possível e onde não existe censura, dor, tristeza… escuridão.

            As letras dançam criando histórias de encantar ou de assustar… sei lá. Nas páginas surgem duendes, fadas, príncipes, princesas, ogres… homens, mulheres, crianças… animais.

Paisagens desfilam pelas páginas, riachos percorrem as linhas, mares transbordam de sonhos e realidades.

            Mundos coloridos surgem como por milagre.

Sonhos e desejos são expressos em palavras simples e modestas.

Cascatas coloridas surgem envoltas em bruma e magia.

Por todo o lado as palavras dançam e traçam paisagens de encantar.

            Palavras feias quebram-se e reconstroem-se belas e leves como o sonho ou como o, ingénuo, balbuciar de uma criança.

            Palavra atrás de palavra constrói-se o texto sem que tenha sido pensado. Ao sabor da escrita, surge e toma as mais diversas formas. Envoltas em segredos esperam ser lidas e tomar forma na imaginação do leitor. Onde mais podemos visualizar mundos tão nossos? Onde mais a história vive do imaginário de quem a lê?

            Imagens descritas por mim e visualizadas de tantas formas quanto o número de leitores. Um mundo de mundos diferentes.

            Por tudo isto escrevo… brinco com palavras e… espero que sejam lidas e, por alguém, revividas. Por amar tanto as palavras quero que nunca se calem, nunca se conformem e, sobretudo, que nunca deixem de se reconstruir.

            Adoro escrever… adoro ler… adoro sonhar…

Fortunata Fialho

Criança Poema

Criança poema.

            Um choro, ténue e desesperado, soa num quarto qualquer. Poema de vida em construção. Um abrir de olhos que apreende um mundo novo cheio de luz.

            Chora pela perda da segurança do ventre de sua mãe e, quem sabe se da dor sentida durante o seu nascimento.

            Num mundo desconhecido, inicia o seu percurso. Só… não, com a ajuda dos que o amam, escolhe o seu caminho. Nascer foi o início de uma, esperemos, longa caminhada.

            Pode haver poema mais belo que o riso de uma criança? Cristalino, puro, inocente, contagia todos ao seu redor. Quem nunca riu ao escutar o riso solto de uma criança? Eu nunca resisto a fazer-lhe coro. Remédio infalível que cura toda a tristeza, bálsamo que torna a vida bem mais suave e feliz.

            Envolta em sonhos onde imperam príncipes e princesas, cavalos brancos, seres mágicos… desenvolve-se. Dona de poderes imensos voa como um pássaro, nada com as sereias e corre como o vento. No seu mundo o bem vence sempre o mal, os bons são fortes e invencíveis e os maus caiem como folhas secas ao sabor do vento.

            Neste mundo mágico de histórias de encantar, cresce… escrevendo múltiplas linhas, doces e puras, no livro em branco da sua vida.

            Como eu recordo o início de vida os meus dois poemas, dos seus olhinhos brilhantes, das suas perguntas ingénuas… e até das suas maldades sem malícia. Crianças poema nascidas do amor que cresceram a escutar histórias e acreditando serem reais.

            Deambulo pelos caminhos e cruzo-me com tantos poemas em construção. Pelo ar ecoam gargalhadas e correrias sem fim. Lutas fingidas e ternuras imensas. Livros em branco com poucas páginas preenchidas, crianças poema em início de vida.

Fortunata Fialho

Mar, tranquilo mar.

escreversonhar

Nostálgico caminha sem rumo.

Pensativo deixa-se levar.

O barulho da cidade está cada vez mais longe.

Caminha envolto em tristes pensamentos.

Finalmente a quietude… o silêncio.

Uma gaivota soa ao longe.

Uma leve e fresca maresia acaricia o seu rosto.

Uma lágrima, salgada, sulca-lhe a face.

Seus olhos tristes, azuis como o mar, perderam o brilho.

Subitamente, seus pés pisam o areal.

Grãos finos abafam os seus passos.

Cansado repousa no Areal.

Ao longe o mar compadece-se,

Movimenta-se em suaves ondas…

Num concerto mágico acalma-lhe as mágoas.

Suavemente movimenta as conchas

Depositando-as a seus pés.

Uma criança acerca-se e, pegando num búzio, diz:

-Escuta o som do mar, é lindo e doce.

O seu sorriso, brilhante, irradia felicidade.

Ingénua, pura, ternurenta… que linda criança!

O mar salpica-lhe o corpo e uma mãozinha acaricia a sua.

No seu rosto, triste, desenha-se um sorriso…

O azul dos seus olhos adquire o brilho…

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Á beira do mar.

Á beira do mar.

Passeando á beira do mar, no fim da terra seca,

O rebentar das ondas provoca uma explosão de sonhos.

Pontapeio a realidade e dos meus pés soltam-se pássaros encantados.

Em voo silencioso levam mensagens de um tempo mágico.

Das suas penas soltam-se suspiros e risos de felicidade.

Os seus trinados são poemas de amor e paz.

Pela imensidão da areia molhada, nascem jardins encantados.

Cidades encantadas plenas de seres coloridos

Nadando por entre corais e florestas de algas.

Das profundezas ecoam belas melodias.

Uma orquestra de baleias ensaiam doces melodias.

Pontapeando as ondas solto diamantes

Brilham como mil estrelas, enfeitando o negro da noite.

Fecho os olhos e sonho com sereias,

Habitantes da Atlântica que ressurgiram no tempo.

Sentada na areia, viajo por terras longínquas,

Vivo romances inesquecíveis, danço nos mais belos salões,

Componho as mais impressionantes sinfonias,

 Distribuo felicidade e paz por todo o mundo.

O sol acaricia o meu corpo e os olhos abrem-se.

O dia nasceu e eu estou acordada.

O sonho, ai o sonho esse nem o brilho do sol apaga.

Fortunata Fialho

Deixa para lá.

escreversonhar

Se a vida te prega uma partida deixa para lá.

Tenta pagar-lhe da mesma moeda,

Troca-lhe as voltas, levanta-te e sorri.

Não lhe mostres as lágrimas, por vezes ela é má.

Nos bons dias proporciona-te boas surpresas,

Premeia o teu esforço de formas que nem imaginas.

Presenteia-te com o mais lindo raio de luz,

Com as estrelas mais brilhantes,

Com os perfumes mais inebriantes,

Com a felicidade de um sorriso que seduz.

Se a noite é tenebrosa e negra deixa para lá.

Procura a lua e pede-lhe as estrelas.

Projeta a luz das tuas lanternas,

Rasga-a com belos raios de luz.

Pinta-a de lindas estrelas brilhantes,

Salpica-a de pingos de intensa luz.

Terás o céu mais brilhante e…

No teu rosto brilhará a felicidade.

Se a tristeza te bater à porta deixa para lá.

Busca a felicidade, procura o amor,

Veste as roupas mais bonitas e sai.

Baila com todo…

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👄💙 “Simplesmente… Histórias” 💙👄

escreversonhar

Sete da manhã, abro a porta e, surpresa! Não se vê nada. Um nevoeiro incrível tomou conta de todo o espaço envolvente.

Entro no carro e parto. À minha volta tudo se encontra oculto. Não consigo distinguir em que lugar me encontro.

Será que ainda tenho que percorrer uma grande distância ou estou quase a chegar?

Continuo e, de vez em quando, consigo visualizar um ponto de referência.

Meu Deus, ainda tenho tanto que andar!

Na impossibilidade de saber se algum carro se aproxima reduzo a velocidade. Assusta-me a possibilidade de me deparar com algum louco a ultrapassar, mesmo sem qualquer visibilidade.

Que inconsciência! Há cada suicida!

Sinto-me a viajar numa outra dimensão, tudo o que me cerca é desconhecido e, completamente, surreal.

Conduzir no vazio é a sensação que me domina. Tudo aquilo que conheço desapareceu.

Que é feito das belas paisagens com que sou presenteada todas as manhãs?…

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😉 Algo de mim em “Simplesmente… Histórias” 😊

escreversonhar

Lá fora está escuro, a chuva cai com bastante intensidade, não me apetece sair do sofá.

Cá dentro reina a calma e a harmonia. O silêncio convida à reflexão.

No aconchego do sofá penso… penso em como é bom ter um teto onde me abrigar, uma família com quem partilhar a vida. Penso em como é acolhedor o ambiente no meu lar.

Na televisão passa um filme, um bom filme mas muito gasto de tantas vazes ser visto. Desvio a minha atenção e pego no teclado, começo a escrever. As palavras surgem como por magia e, escrevo sem planos, vamos ver no que dá. No final posso apagar tudo, se não me agradar, mas neste momento deixo as palavras surgirem.

O silêncio convida a imaginação e imagino que amanhã será um dia muito especial, que algo de fabuloso vai acontecer, que o mundo vai entrar nos eixos e que não…

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Um sonho.

Um sonho.

            A noite cai e o sono instala-se. Cansado cai na cama e adormece quase de imediato. O dia foi desgastante mas não consegue esquecer a imagem da garota a quem cedeu passagem. O cheiro que dela emanava e o esvoaçar dos cabelos negros e brilhantes deixaram-no preso nesse momento.

            Tinha prometido a si próprio não se deixar envolver por nenhuma mulher, compromissos não estavam incluídos no seu projeto de vida. Mulheres só por um dia nada mais. Afinal um homem tem necessidades.

            Subitamente estava no centro comercial e a garota agradeceu-lhe com um sorriso. No seu olhar pareceu ler: segue-me. Ele seguiu-a.

            Entrou no mesmo restaurante e pediu uma mesa. Com a desculpa de estar tudo ocupado, perguntou-lhe se podia sentar-se a seu lado. Ela, com um sorriso, aceitou. No final da refeição já partilhavam as sobremesas. A conversa fluía com uma tremenda facilidade e a sessão da tarde, do cinema, foi vista a dois. Um braço apoiou-se nos seus ombros e ela não se desviou. No écran um filme de amor lamechas, outrora insuportável, tornava o seu serão bem melhor. Imaginem, ele a gostar de um filme para mulheres!

            O cinema terminou e ofereceu-se para a levar a casa. Segundo ele ficava em caminho. Aqui para nós, a caminho para o lado oposto da cidade.

            Na entrada da sua casa, em jeito de despedida, um beijo na face que, sorrateiramente, deslizou para o canto dos lábios.

            Nessa noite o sonho voltou mais intenso do que nunca. O beijo sorrateiro tinha-o incendiado e, agora sonhava, que num impulso ela tinha saboreado a sua boca. Primeiro timidamente e depois com toda a intensidade do desejo. Os seus corpos rolavam na cama fundindo-se e incendiando-se.

            Como tinha ido parar à cama o sono não lhe revelou, só soube que os seus corpos explodiram e todo aquele fogo se transformou num riacho de águas calmas. Nesse momento repousavam abraçados envoltos em suor e, nos rostos um sorriso de pura satisfação.

            O despertador tocou e o sonho acabou mas o sentimento de satisfação não terminou. A cama era a sua mas faltava alguém…

            Estava decidido, tinha de trazer o sonho para a realidade. Pegou no casaco e dirigiu-se para o outro lado da cidade…

Fortunata Fialho

😇 “Simplesmente… Histórias” 😇

escreversonhar

Caro Diabo. Depois de tentar comunicar contigo e de nunca receber resposta, ouvi dizer que as novas tecnologias te cativam. Acreditei, claro, pois tomei conhecimento de todos os teus seguidores e do mal que andam a fazer sem que se tenham de identificar.

Venho, esperançado de que leias e respondas como manda a boa educação, se é que ainda tens alguma, claro.

Peço que deixes a humanidade em paz, já lhes criaste problemas que cheguem. Tens feito um trabalho, de grande qualidade reconheço, em infernizar os desgraçados. Tiras-lhes o pão da boca, o dinheiro do bolso, a saúde e, como se não bastasse ainda os assustas de morte com terroristas, assassinos, violadores e outros que tal, que ensinaste na perfeição.

Não te resta um pouquinho de humanidade? O tempo comigo não te deixou nem um pouco de compaixão?

O pior disto tudo é que eu não tenho mãos a medir…

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