🌠Estrela decadente. 🌠

Estrela decadente.

Há muito, muito tempo uma estrela brilhava intensamente.

O seu brilho ofuscada muitas das que a rodeavam.

Sempre que o manto negro cobria o céu ela e as suas amigas brilhavam.

A certa altura, ninguém se lembra quando, a vaidade chegou.

Subitamente a estrela mudou e a partir desse momento

Apregoava aos céus que ninguém brilhava como ela,

Que o seu esplendor não era igualado por nenhuma outra.

Ao seu redor o brilho continuava intenso.

Na procura da supremacia absoluta maltratava todas as outras.

Magoadas, ultrajada e humilhadas uma a uma as outras afastaram-se.

O firmamento ficou cada vez mais pobre,

Sobre ele um manto negro foi-se instalando.

O brilho perdeu-se e a estrela ficou só.

Vaidosa como nunca brilhou num palco só seu,

Mas o público não aplaudia, cada vez menos se olhava o céu.

Uma única estrela a brilhar era insuficiente.

Um céu escuro não atrai atenções… escurece os corações.

Na procura de consolo procurou as suas irmãs.

Tarde de mais… nenhuma se lhe juntou.

Finalmente a solidão venceu e o brilho esmoreceu

No negro uma estrela cadente surgiu…

A estrela brilhante… essa nunca mais ninguém viu.

Fortunata Fialho

Desespero… Coragem…

escreversonhar

Desespero…Coragem…

Esta noite sonhei que o meu mundo terminava.

Que tudo em meu redor desaparecia.

Procurava-te e não te encontrava.

No meu corpo sentia um frio glaciar.

Tudo á minha volta se esfumava e esvanecia.

Acordei… o desespero provocou um rio de lágrimas,

Uma torrente interminável… serviu para acalmar a minha dor.

Acordada senti-me perdida e só.

A meu lado uma cama vazia, ainda com o teu calor.

Respirei fundo e procurei-te… apareces-te.

Sem perguntares abraçaste-me…

Todo o meu desespero acalmou e… sorri.

O pesadelo terminou e o meu mundo voltou.

Não quero voltar a adormecer,

Não quero sair do teu abraço.

Em ti… todo o meu desespero… terminou.

Em ti toda a minha coragem regressou.

Sim amor porque para mim coragem é

Acordar todas as manhãs e enfrentar o mundo.

Enfrentar o dia e dizer… eu sou capaz, vou vencer.

Coragem é não cruzar os braços e lutar…

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“Quero um poema…”

Desde que somos concebidos a nossa vida é feita de sonhos. Os pais sonham futuros promissores para os filhos, eu ainda o faço com os meus.

Os filhos vão crescendo e vão sonhando sonhos próprios de cada etapa do seu crescimento. Passam pelos sonhos fantásticos, pelos incoerentes e inalcançáveis da adolescência e, finalmente, pelos mais realistas.

Todos crescemos, e muitas vezes, os sonhos perdem-se nas responsabilidades da vida adulta. Eu, como tantas como eu não perdi os meus sonhos, simplesmente os deixei em espera. Primeiro foram os filhos e sonhei o seu futuro. Lutei para que nada lhes faltasse e isso fez-me feliz. Os filhos cresceram e os sonhos voltaram.

Sempre fui uma pessoa que lia tudo aquilo a que tinha acesso, ler sempre me deu um prazer imenso. Da leitura à escrita foi uma evolução natural.

 Comecei a escrever porque escrever é um prazer imenso que me proporciona momentos muito reconfortantes. Escrevo o que sinto, o que sonho, o que desejo… escrevo por… tudo e por nada.

Na poesia encontrei uma forma de verbalizar sentimentos e assim surgiram diversos poemas dos quais partilho alguns com a esperança de que também façam felizes alguns sonhadores como eu.

Aqui vos revelo um pouco da minha alma, um pouco dos meus sonhos… um pouco de mim…

Fortunata Fialho

Quem sou eu? “Simplesmente… Histórias”

Quem sou eu?

 Quem consegue responder, com rigor, a uma pergunta destas?

Não sei.

Um dia sou uma pessoa alegre, crédula, romântica, otimista e feliz. No outro triste, taciturna, desconfiada e um pouco infeliz.

Atenção não sou bipolar nem sofro de qualquer distúrbio ou perturbação mental.

Poderão dizer que sou complicada, mas quem não é?

Não somos, no fundo, o espelho daquilo que nos rodeia?

Sofro quando alguém querido sofre, riu quando se riem. A tristeza torna-me infeliz e a alegria feliz.

Não é assim para todos nós?

Só um tolo consegue ser feliz a tempo inteiro. Não sou tola, simplesmente, sou humana.

Procuro obter alegria dos pequenos e bons momentos e aproveitar as coisas boas da vida. Amar incondicionalmente quem me ama e, por vezes, aqueles que dizem não me amar. Sim porque é difícil amar quem nos odeia.

Cuidado, sou orgulhosa e não esqueço facilmente a traição e o mal que me fazem. Não me pisem os calos pois eu reajo, não com violência e discussões mas sim com o desprezo.

Solitária e incondicionalmente romântica. Sonhadora e trabalhadora.

Por vezes tenho grandes momentos de silêncio em que não me apetece falar. Não estou, forçosamente, chateada com alguém ou alguma coisa, mas sim porque estou envolta nos mais diversos pensamentos.

Adoro conhecer aquilo que me rodeia. Atenção, não me interessa a vida alheia, a minha já me dá muito em que pensar.

Leitora assumida, como diz meu esposo, devoradora de livros. Ler proporciona-me felicidade, sonhos e viagens imaginárias. Quando leio sinto-me transportada a mundos diferentes, parece que esses mundos podem ser meus, mesmo que seja nos meus sonhos. A leitura envolve-me em magia. Lendo sou criança novamente, viajo no mundo da fantasia, vivo nos contos de fadas e, sobretudo, sonho acordada.

Um bom livro preenche a alma e acalma o coração.

Esta sou eu, com todos os defeitos e as qualidades de uma pessoa comum, no entanto eu sou… eu, única e real.

Fortunata Fialho

À luz da poesia

À luz da poesia.

À luz da poesia revelam-se sonhos e quimeras.

Como a chama de uma vela, sombras irreais criam magia.

Pelos olhos desfilam mundos fantásticos… (i)reais.

À luz da poesia não existe frio e o calor só acaricia.

Todas as sombras se enchem de luz e os corações brilham.

Brilham intensamente, irradiando inocência e esperança.

Iluminada por essa luz imensa sonho…

Sonho com mundos encantados, céus de mil cores,

Campos cobertos de diamantes gotas de orvalho.

Campos verdejantes até onde a vista alcança… e mais além.

Verdes salpicados de mil flores arco-íris… mágicas… fantásticas…

Riachos de águas frescas e cristalinas matam a sede.

Nas suas águas refrescam-se corpos envolvidos pela sua carícia húmida.

À luz da poesia os amantes são mais amantes,

A pele mas sensível, os beijos mais intensos.

E os orgasmos? Ai esses são puramente divinais.

À luz da poesia não tenho idade… nem fronteiras.

Sou pura e inocente como uma criança…

Sábia… vivida… feroz… protetora…

Doce e ardente como a paixão… despida de preconceitos e tabus.

Iluminada, as palavras soltam-se compondo belos poemas.

Textos poéticos de frases melódicas… doces… eternas…

À luz da poesia… algures… nasce mais um poeta,

Mensageiro de beleza… esperança e sonho.

Fortunata Fialho

Talvez… “Poesia Colorida”

escreversonhar

Talvez…

Talvez o mundo se encontre nos teus braços,

Talvez a felicidade more no teu olhar.

Talvez se encontrem mil palavras nos nossos silêncios,

Talvez o meu coração pare se te perder.

Talvez viva por tanto te amar.

Talvez o sol brilhe mais quando me beijas,

Talvez durma para contigo sonhar.

Talvez…

Talvez o sempre seja agora e… o agora perdure para
sempre.

Talvez o nosso amor tenha a imensidão do mar,

A força do vento e o brilho das estrelas.

Talvez o mundo não exista e nós sejamos um sonho.

Talvez me recuse a deste sonho acordar.

Talvez o amor seja o motor da vida,

Talvez a vida transporte o amor.

Talvez…

Talvez quem ame seja mais feliz,

Talvez este mundo tenha sido feito para nós.

Talvez o mundo seja ilusão e nós o próprio mundo.

Quando se ama nada mais importa.

Sem amor a vida não interessa… talvez…

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Velha caneta.

Velha caneta.

Numa gaveta escondida uma velha caneta está encarcerada.

Os anos passaram e o carcereiro morreu.

Na sua infância a sua tinta escreveu lindas frases de amor.

Desenhou tantas cartas plenas de promessas,

Confessou tantos desejos escondidos,

Transportou milhares de beijos desejados,

Impressos em cada folha de papel.

Ninguém sabe o que aconteceu… as cartas pararam.

Num momento de dor encarceraram a pobre caneta.

O tempo passou e a pobre esperou.

O carcereiro deixou herdeiros.

Alguém a gaveta abriu e no fundo a caneta encontrou.

Linda, de linhas clássicas, cheia de charme…

Para um bolso alguém a mudou.

No escuro da noite voltou a escrever.

Escreveu o mais lindo poema de amor.

Do seu aparo saíram palavras de saudade…

Palavras de saudade e de dor.

Recordações de um tempo de felicidade,

De um tempo de vida e amor.

No papel surgiu:

Meu querido pai, para sempre viverás em mim.

Guardo os tempos em me pegavas ao colo

Me acariciavas e abraçavas…

Me prometias o mundo e me davas as estrelas.

No teu colo a dor passava e a felicidade morava.

Meu pai, meu herói, meu mágico… meu mundo.

Meu confidente… meu ídolo.

No meu coração tu ainda vives,

Contigo eu desabafo e, não sei como,

Sempre me respondes e aconselhas.

Meu pai… mesmo morto em mim sempre viverás.

E a caneta nunca mais descansou…

Fortunata Fialho

Quem sou?

Quem sou?

Vagueando pelas ruas procuro encontrar-me.

Em cada passo que dou uma pergunta ecoa.

-Quem sou?

Serei real ou uma projeção do desejo de meus pais?

Vulto presente ou alma perdida na imensidão do tempo?

Troveja e uma gota perdida cai no meu rosto, sou real… estou sentindo…

Um dilúvio cai sobre mim e eu choro. Assim ninguém irá reparar!

Choro a saudade que habita o meu peito.

Choro os dias que ainda não vivi.

Choro, sobretudo, aqueles que perdi.

Juntas, gotas e lágrimas, seguem o seu caminho.

Na água que corre pelas ruas viaja a tristeza… espero que para bem longe de mim.

-Quem sou?

Sou a soma dos dias, o amontoado do tempo.

Sou as experiências vividas… as dores das perdas acumuladas.

Sou o espelho da vida vivida.

O riso das horas felizes, a doçura do riso,

A imagem do amor partilhado.

O perfume das flores primaveris, o amarelo dos campos no verão,

A tranquilidade dos riachos que correm,

A violência das tempestades,

A esperança nos olhos de cada criança.

Afinal que serei eu?

Realidade, sonho, esperança ou dor e sofrimento?

Serei o tempo que tarda ou aquele que passa?

Serei sombra medo ou tristeza?

No fundo eu só quero ser… amor… luz… esperança… paz.

Fortunata Fialho

Talvez hoje regresses!

Talvez hoje regresses!

Aqui sentada olho o mar que se agita indolente.

Ao longe, na linha do horizonte, navios que se afastam

Outros que surgem numa aproximação lenta.

Salpicos salgados humedecem-me o rosto.

Juntam-se a uma lágrima que ousa surgir.

Neste mesmo lugar nos despedimos.

Egoistamente só pensavas em ti… tinhas de partir.

Esta terra e o meu amor não te bastavam.

Prometeste, falsa e cinicamente, um dia voltar.

Embarcaste e nem um adeus

Nem um simples olhar para quem ficava.

Como uma tola iludida, aguardo o teu regresso…

Mesmo sabendo que aguardo em vão.

Peço ao mar que te traga…

Peço ao mar que lave de mim este amor…

Peço ao mar que me abrace…

Peço-lhe que disfarce as minhas lágrimas.

Mas o mar parece que me murmura

Talvez hoje regresse…

Fortunata Fialho

Terra, pobre planeta.

Terra, pobre planeta.

Mundo louco, insano e desesperante, virado do avesso e desprotegido.

Onde o amor se transforma em ódio e o conhecimento em ignorância.

Todo o planeta se debate a fugir da morte sem que ouçam o seu angustiante grito.

Mentes surdas e petulantes, pseudoiluminadas na sua ignorância,

Poluem os seus oceanos, rasgam o seu solo e destroem o seu manto verde.

Como filhos que acham que os pais nunca morrem,

Esgotam os seus recursos perante uma população inerte.

Condenam os povos a uma vida de terror e morte.

As águas agigantam-se, as florestas perecem e o calor avança.

O frio gela, o calor derrete e o planeta adoece.

Os animais morrem, as plantas desaparecem, o deserto avança.

E o povo chora castigado pelo clima,

Afoga-se nas águas, incinera-se nos incêndios,

Debilita com fome, sede… desidrata com o calor…

Pobre planeta! Pobres de nós que com ele sofremos!

Protejam-no, curem as suas feridas, purifique as suas águas,

Remendem os seus mantos verdes, juntem os retalhos e criem florestas.

Purifiquem o ar… deixem-nos respirar… devolvam o oxigénio.

Parem gentes inconscientes! Vive meu planeta amado.

Fortunata Fialho