Querida, depois de tantos anos na escola a aprender a falar bem e a comportar-me, aconteceu apaixonar-me por ti. Parece impossível que o comum dos mortais tenha tal paixão e, logo eu, fui perder-me assim que os meus olhos em ti tropeçaram.
Quando, durante aquele passeio pelo campo te encontrei, o mundo parou, que criatura linda! Que coisinha fofa! Que deleite para meus olhos! O mundo parou, o meu coração disparou e o peito quase rebentou. No meio de tantas irmãs a tua alvura sobressaía, o teu pelo brilhava tal prata brilhando sob a luz do sol. Que beleza tamanha e eu, petrificado e estupidificado, contemplava-te enquanto te entretinhas na tua refeição matinal.
Naquele mesmo instante desejei que fosses minha, levar-te para casa e acariciar-te até as minhas mãos doerem. Perder-me no meio da tua lã, descansar a minha cabeça nessa doce almofada de que nunca te separas, descansar o meu corpo no teu corpo quentinho e, amar-te como nunca ninguém amou um ser como tu.
Nunca mais te deixarei voltar a ser uma entre muitas, num rebanho obediente e sem vontade própria. Serás a única do meu rebanho onde reinarás sobre o meu mundo. Nunca mais, outro alguém, passará a mão pelo teu pelo, nunca mais beberão do teu leite, será todo meu e nele saciarei toda a minha fome e o meu desejo.
Agora anseio todas as noites de insónias pois aprendi o quanto é delicioso contar carneiros. Agora conto ovelhas. Tu, tu, tu… e mais tu. O sono não vem e eu continuo deliciado no meu contar. Tu, tu e sempre tu.
Que amor tamanho, que perdição, como pode tal coisa acontecer-me? Escrevo esta carta apaixonada e sei que nunca a poderás ler. Sinto-me ridiculamente apaixonado a escrever esta ridícula carta de amor. Ridículo e… ridiculamente apaixonado.
Ontem
choveu todo o dia e eu e a minha mana não pudemos brincar na rua.
Como
nos apetecia ir brincar de esconde-esconde!
Quando
a mamã nos mandou para a cama e nos deu um beijo de boas noites disse: sonhos
azuis. Eu sorri e sonhei que brincava em castelos encantados sobre nuvens
azuis.
Acordei
cedo e quis ver se chovia, espreitei pela janela e o céu estava todo azulinho.
Boa podemos brincar na rua!
Corri
para o quarto da minha mana e acordei-a.
–
Vamos brincar lá para fora.
Comemos
à pressa e abrimos a porta.
Um
pássaro azul pousou na nossa árvore. Estranho a árvore também era azul e estava
cheiinha de laranjas azuis, iahc não deviam saber lá muito bem. Abelhas azuis
pousavam nas flores azuis, engraçado ontem eram de muitas cores. Uma borboleta
azul pousou no cabelo da mana.
A
minha mana era morena mas agora o seu cabelo estava azul-marinho e o meu azul
celeste. As nossas roupas… juro que quando estávamos a comer eram muito
coloridas, agora eram todas azulinhas, confesso que estavam muito giras.
Espreitei
pela janela e lá dentro tudo estava normal… estranho aqui até o orvalho era
feito de gotinhas azuis muito brilhantes.
Durante
todo o dia tudo esteve azul e nós brincámos que nem uns tontinhos fizemos bolos
de lama azul, almocinhos azuis e sumos ainda mais azuis, até os meus carrinhos
e as bonecas dela eram azul-turquesa.
Nessa
noite dormimos muito bem e até os nossos sonhos foram azuis.
Quando
acordámos corremos para a rua e estava tudo normal. Estranho, teria sonhado?
Não o calendário da parede mostrava que era mesmo amanhã.
Será que quando contar na escola tenho de começar por era uma vez?
nascido que houvera o dia por entre serras cansadas e mosto catam o lume das lareiras e pão esse cansaço tão dormente e tão só a loucura por companhia e um cajado um lápis rombudo e papel sujo… curva-se o horizonte sobe o rio, serpenteando os vales e as letras foscas que tecem a vida…
é na loucura que me encontro, amado o real abstracto sou, prisioneiro do teu querer ciclo vicioso da existência da vida, faço-me em nós para que na morte exista
onde florir as macieiras e apodrecer as pêras as abelhas irão dançar sob as flores dos morangueiros ira chover e nascerão os cogumelos, esse fogo que arde na cura do fumeiro que nos mata… e tudo é tão abstractamente real… tudo é tão duramente sofrido a cada sorriso… e tu? Desse “eu” tão completamente abstracto Fazes da loucura a doce viagem…
Nasceu
numa pequena aldeia do interior e tinha uma ambição maior que o mundo. No meio
era conhecido pela sua mente muito produtiva. Aquele Xico Aldrabas!…
Um dia resolveu tentar a sua sorte na grande capital. Depois de muitas portas se terem fechado por falta de habilitações, meteu-se na política e prosperou na vida. Era um encanto ouvi-lo discursar.Sábado o seu discurso deixou os seus conterrâneos boquiabertos.
– Caros contribuintes (fica sempre bem começar assim
um discurso) como sabem, neste momento o país está cada vez com menos ricos e
com muito menos pobres. A riqueza está bem dividida e em casa de todos existe
abundância, nós abdicamos de aumentos salariais para que os pobres recebam um
pouco mais…
Uma ovação soou no edifício e na taberna do Ti’Jaquim.
-Querem lá ver o homem, fala bem c’um caraças, até parece que a minha carteira ficou mais pesada. Ganda malandro!
Terminado o discurso o Xico, no seu modesto carro topo de gama, num modesto restaurante,
de três estrelas Michelin, degustou um “modesto” repasto na companhia de sua
companheira (a esposa estava na terra aguardando o seu regresso) e pernoitaram
no simples hotel, de cinco estrelas, da cidade. O Xico tinha acabado de receber um aumento bem generoso no seu
salário e festejava.
No dia seguinte humilde e honesto, como sempre,
desculpou-se com sua esposa. A noite anterior tinha sido passada a trabalhar no
novo orçamento de estado. Na missa portou-se como Deus manda e até apoiou,
veementemente, o sermão do santo padre contra o adultério.
Na taberna do Ti’Jaquim, comentava-se o político honesto e diligente em que o Xico se tinha tornado. Afinal este filho da terra tinha entrado na linha e agora era um homem às direitas. Agora o Xico Aldrabas era o digníssimo Deputado Francisco Honesto!
Nasceu
numa pequena aldeia do interior e tinha uma ambição maior que o mundo. No meio
era conhecido pela sua mente muito produtiva. Aquele Xico Aldrabas!…
Um dia resolveu tentar a sua sorte
na grande capital. Depois de muitas portas se terem fechado por falta de
habilitações, meteu-se na política e prosperou na vida. Era um encanto ouvi-lo
discursar.
Sábado o seu discurso deixou os seus
conterrâneos boquiabertos.
– Caros contribuintes (fica sempre bem começar assim
um discurso) como sabem, neste momento o país está cada vez com menos ricos e
com muito menos pobres. A riqueza está bem dividida e em casa de todos existe
abundância, nós abdicamos de aumentos salariais para que os pobres recebam um
pouco mais…
Uma ovação soou no edifício e na taberna do Ti’Jaquim.
-Querem lá ver o homem, fala bem c’um caraças, até parece que a minha carteira ficou mais pesada. Ganda malandro!
Terminado o discurso o Xico, no seu modesto carro topo de gama, num modesto restaurante,
de três estrelas Michelin, degustou um “modesto” repasto na companhia de sua
companheira (a esposa estava na terra aguardando o seu regresso) e pernoitaram
no simples hotel, de cinco estrelas, da cidade. O Xico tinha acabado de receber um aumento bem generoso no seu
salário e festejava.
No dia seguinte humilde e honesto, como sempre,
desculpou-se com sua esposa. A noite anterior tinha sido passada a trabalhar no
novo orçamento de estado. Na missa portou-se como Deus manda e até apoiou,
veementemente, o sermão do santo padre contra o adultério.
Na taberna do Ti’Jaquim,
comentava-se o político honesto e diligente em que o Xico se tinha tornado. Afinal este filho da terra tinha entrado na
linha e agora era um homem às direitas. Agora o Xico Aldrabas era o digníssimo Deputado Francisco Honesto!
Finalmente,
depois de muitas tentativas para o retirar de casa, fizemos as malas e partimos
rumo ao desconhecido.
Sem programa definido pois a caravana tinha tudo o que
necessitávamos, partimos.
Adoramos passear sem rumo, partir á descoberta, ir
onde a estrada nos levar, comer onde nos chegar a vontade e, sobretudo,
absorver tudo o que nos rodeia. Parar na berma para trocar um beijo e uma
carícia ou para conversar sobre o que nos der na real gana.
A estrada estava pouco movimentada o que nos
proporcionou tempo e descontração para observar as paisagens. Foi um prazer
desfrutar de vistas de cortar a respiração, respirar ar puro e sobretudo
estarmos sós sem condicionantes.
Ao almoço desgostámos umas migas de cogumelos, simplesmente
deliciosas, e ao jantar um cabrito assado no forno que fazia crescer água na
boca. Cansados decidimos escolher um recanto paradisíaco, longe de olhares e
ouvidos curiosos e indesejáveis, para pernoitarmos.
Depois de um banho de rio, onde os fatos de banho
foram desnecessários e entre brincadeiras deliciosas de amantes, o tempo
parecia ter parado para nós o podermos aproveitar. De corpos limpos e
refrescados fomos para a cama. Dormir era o que menos nos interessava, depois
de tantos dias a tentar que os filhos não nos escutassem, pudemos amar-nos sem
limites e a entrega foi total, que comprovem os animaizinhos que nos
proporcionaram a música de fundo.
Com os corpos cansados e saciados só nos restaram
forças para um abraço apertado e um beijo doce e suave. Abraçados adormecemos
como uns anjinhos. Bom, anjinhos talvez não…
Já o sol ia alto quando acordámos. Envoltos em todo
aquele paraíso tomámos o pequeno-almoço e voltámos a partir á descoberta.
Este foi o primeiro dia de uns quantos que lhe sucederam, cada um melhor e mais intenso que o anterior.
Físicos afirmam ter encontrado ainda mais evidências de uma nova força da natureza
MIKE MCRAE20 NOV 2019
Tudo em nosso universo é mantido unido ou separado por quatro forças fundamentais: gravidade, eletromagnetismo e duas interações nucleares. Os físicos agora acham que viram as ações de uma quinta força física emergindo de um átomo de hélio.
Não é a primeira vez que os pesquisadores afirmam ter tido um vislumbre disso também. Alguns anos atrás, eles viram isso na decadência de um isótopo de berílio. Agora, a mesma equipe viu um segundo exemplo da força misteriosa em jogo – e a partícula que eles acham que está carregando, que eles estão chamando de X17.
Se a descoberta for confirmada, não apenas aprender mais sobre o X17 nos permitirá entender melhor as forças que governam nosso Universo, mas também ajudar os cientistas a resolver o problema da matéria escura de uma vez…