Sonhos de criança. 💝 “Quero um poema…”

(…)

Sonhos de criança ingénua e pura, de coração aberto em eterna procura.

Sonha com sereias, guerreiros e super-heróis esgrimindo armas de pau.

Uma colheita de estrelas guardada numa caixinha…

 Tesouro precioso de pedrinhas brilhantes.

Em naves de papelão percorrem o universo em busca de extraterrestres.

Descobrem-nos na caixa de brinquedos, planeta distante ao alcance da mão.

Donos do mundo querem ser crescidos… gigantes sonhados de palmo e meio.

 Por fim cansados procuram os pais, sobem para o colo e adormecem…

Um abraço apertado, uma ternura imensa, um doce sorriso… o mundo na mão.

Fortunata Fialho

À luz da poesia. 🌈 “Quero um poema…”

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Sonho com mundos encantados, céus de mil cores,

Campos cobertos de diamantes gotas de orvalho.

Campos verdejantes até onde a vista alcança… e mais além.

Verdes salpicados de mil flores arco-íris… mágicas… fantásticas…

Riachos de águas frescas e cristalinas matam a sede.

Nas suas águas refrescam-se corpos envolvidos pela sua carícia húmida.

À luz da poesia os amantes são mais amantes,

A pele mas sensível, os beijos mais intensos.

E os orgasmos? Ai esses são puramente divinais.

À luz da poesia não tenho idade… nem fronteiras.

Sou pura e inocente como uma criança…

Sábia… vivida… feroz… protetora…

Doce e ardente como a paixão… despida de preconceitos e tabus.

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Fortunata Fialho

Vozes…📜 “Quero um poema…”

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Queria avaliar o mundo só pelo seu som.

Poder sentir a sua intenção.

Assustadoras e enganosas… fujo.

Calmas e sensíveis… sorriu e escuto.

Na voz do amor me perdi… A voz da razão ignorei…

No riso das nossas crianças fui feliz,

No seu choro triste… chorei.

Não quero abrir meus olhos,

Tenho medo dos seus enganos.

Quero vozes que me embalem, quero vozes que me amem.

Quero vozes felizes… de amor… de sonho.

Fortunata Fialho

Sopro. “Quero um poema…” 😉

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Num sopro confesso o quanto te amo.

Num sopro convido-te para a minha cama.

Partilhamos os corpos e, num sopro do tempo, enchemo-nos de beijos.

Soprando carícias, perdemos a noção do tempo.

Num sopro violento os nossos corpos explodem de prazer.

Num pequeno sopro, nossos corpos se separam,

Nossos lábios se colam, nossos olhos se fecham…

Nas asas do sono descansamos… abraçados.

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Fortunata Fialho

😉”Quero um poema…”😊

Ao longe pia uma coruja, o voo dos morcegos rasga o negrume noturno.

Chegou a hora dos habitantes da noite.

Medos infundados cerram as portas e apagam as luzes.

A beleza das estrelas ofusca as sombras noturnas.

Pelas ruas desfilam sombras… vultos de passagem.

Criaturas da noite em busca de diversão.

Jovens procuram através do conteúdo de um copo, desinibição.

Na senda dos estupefacientes procuram a fuga.

Outros, pelo seu lado, apenas diversão pura e sadia.

Pela noite todas as sombras caminham,

Todas as criaturas aparecem… deambulam… assombram…

No negro da noite caminham amantes.

Entre beijos escaldantes unem-se corpos,

(…)

Fortunata Fialho

Mais em “Quero um poema…”

Olho pela janela e o brilho das estrelas convida ao sonho.

Lá fora a noite envolve tudo em seu redor convidando os amantes.

Estou só! As horas passam e, finalmente a porta abre-se.

Sinto a tua presença e o meu rosto ilumina-se.

Continuo contemplando as estrelas e, ansiosamente espero.

 O dia terminou e agora nada mais importa, o hoje já se foi e o amanhã ainda tarda.

O agora é só nosso e nada mais importa. Vem… faz o tempo parar.

As tuas mãos tocam os meus ombros e, lentamente, a roupa desliza pelo meu corpo.

O frio da noite mistura-se com o calor do teu corpo e estremeço.

Já não sinto frio, o calor invade a minha pele e… é tão bom.

Fecho os olhos e… sinto. Sinto o suave toque da tua pele… a carícia do teu respirar.

(…)

Fortunata Fialho

Em “Quero um poema…”

Escrevo e as palavras parecem teimar em tardar.

Dedilho as teclas e tento encontrar um rumo.

Pelo meu rosto rola uma lágrima de tristeza e dor.

Os pensamentos vagueiam num tempo que já não volta.

Perdida na falta dos afetos que me foram roubados,

Dos colos que me reconfortaram, das mãos que me limpavam as lágrimas.

Como desejo que aqueles que amei e me amaram fossem eternos.

Preciso deles e não os posso abraçar, chamo-os e não podem vir.

Escrevo como quem procura consolo, consolo nas palavras que confortam.

(…)

Fortunata Fialho

Uma amostra do meu novo livro: Perdida.

Pelos campos verdejantes da vida me perdi.

Envolta em doce aroma caminhei sem rumo.

Vestida de pétalas e seda pude sentir.

Na sombra de frondosas árvores repousei.

Ao doce e suave ondular do vento adormeci.

Perdida do mundo me entreguei.

Um toque de seda perfumado de jasmim,

Percorreu a minha pele… envolvente… doce…

Gotas de orvalho beijam meus lábios.

A fresca brisa matinal acaricia o meu cabelo.

Suaves pétalas beijam os meus olhos.

O ruido envolvente sussurra ao meu ouvido.

Promete prazeres sem fim… o êxtase em mim.

Lentamente perco-me em ti.

Perdida num mundo de sensações…

Perdida de prazer… fecho os olhos.

O corpo agita-se ao sabor do vento e…

Lentamente a brisa passou a tempestade e…

Explodiu em mil fogos incandescentes.

Corpo cansado… pleno… indolente.

Envolta em ternura, sentindo-te em mim.

Finalmente… perdida de cansaço adormeci…

Fortunata Fialho

Olhando o céu.

Descanso no conforto da relva.

O sol envolve-me com o calor de inverno.

O vento subiu e brinca com as nuvens.

Como uma criança a brincar com algodão, molda-as.

Subitamente surgem montanhas cobertas de neve.

Alvas árvores oscilam ao sabor do vento,

Folhas brancas desprendem-se dos seus ramos.

Caem em brancos riachos de águas calmas.

Zanga-se e com uma rajada destrói toda a paisagem.

Outras nuvens se aproximam e, ele não resiste.

Desenha doces coelhos saltitando,

Pégaso surge voando, branco e irreal afasta-se.

Ao longe vislumbro duas crianças brincando.

Tudo se esfuma ao oscilante humor do vento.

Dois amantes abraçam-se sob um manto de prata.

Uma águia trespassa o seu leito desfazendo-o em mil pedaços.

Silenciosa procura uma presa… encontra e investe,

Pobre roedor… feito em pedaços…

As nuvens adensam-se, cobrem toda a tela,

Vencem o vento, não se deixam moldar.

O sol espreita e ainda consegue brilhar,

Timidamente projeta alguns raios.

Por fim esconde-se e o frio instala-se.

Eu, preguiçosamente, volto a casa.

A noite aproxima-se e o frio acaricia o meu corpo.

Nessa noite sonhei…

Sonhei que o meu mundo eram as nuvens,

Que o vento me transportava e…

Dormindo sorri.

Fortunata Fialho

Céus de Évora