Hoje o sol nasceu.

Hoje o sol nasceu e a sua luz é maravilhosa.

O ano entrou e o meu coração foi quebrado.

O sol não nascia e os dias eram cinzentos.

Os rios corriam pelo meu rosto desaguando nos meus lábios.

No meu rosto morreram todos os sorrisos,

Os meus olhos não brilhavam e irradiavam sofrimento.

O mundo à minha volta era negro e chuvoso.

Pelo ar não soavam risos e os caminhos eram pedregosos e feios.

As pessoas eram vultos difusos envolvidos em sombras sinistras.

À minha volta o chão fendia em precipícios profundos,

Escuros, ingremes… intransponíveis.

Hoje o rio dos meus olhos secou…

O sorriso voltou a emoldurar o meu rosto.

Pelo ar ecoam risos de felicidade…

O meu coração sarou e a vida voltou.

Subitamente, os caminhos floriram libertando perfumes inebriantes.

Hoje tenho vontade de dançar, cantar e rir… rir muito.

Hoje estou feliz e todos à minha volta sorriem.

Hoje… finalmente… sou feliz novamente.

Fortunata Fialho

Gostava de …

Gostava de …

Hoje alguém se me apresentou como um poliglota,

E, eu senti-me uma perfeita idiota…

Segundo ele, falava francês, inglês, chinês, dinamarquês…

Pensei nas línguas que gostaria de falar.

Subitamente descobri!

Quero falar “Bebézês”, “Passarinhês”, “Baleêz”, “Insectêz” … e tantos mais “…êz”

Dos bebés gostava de entender os seus choros.

Com os pássaros falar de aventuras aéreas,

Paisagens longínquas e de espécies que nunca vi.

Com as baleias descobrir o que se passa nas profundezas dos oceanos,

Atravessar os mares em amena cavaqueira de experiências partilhadas,

Com os insetos aprender sobre tudo o que é tão pequenino

Que os meus pobres olhos não conseguem alcançar.

Com as toupeiras entrar dentro do solo

Perfurar a terra em procura de tesouros escondidos.

Com os peixes, conversar sobre as suas vidas,

Aprender como deixar de poluir as águas e,

Em seu nome pedir aos homens que limpem toda a poluição

Tornando as águas puras e cristalinas.

Agora que pensei melhor, também gostava de falar “Tubarês”.

Assim quando nos cruzássemos nos oceanos

Podia pedir que não me mordesse, pois sou extremamente indigesta

Fortunata Fialho

Basta!

Basta!

Basta de palavras prisioneiras.

Basta de dor e mágoas!

Ultimamente as palavras não se soltam,

As mágoas e a dor bloqueiam-nas.

Sufocam-me as frases caladas,

Os sentimentos cativos e as lágrimas escondidas.

Quero que se soltem as letras,

Que se juntem em pelotões de quadras,

Em exércitos de rimas bem sentidas,

Disparando versos metralhados

Bramindo espadas de cânticos de amor.

Basta de palavras engolidas.

Que da boca saiam poemas de revolta…

Poemas, bálsamos para a dor.

Que ecoem versos de esperança e riso,

Poemas felizes, brilhando depois da tempestade.

Soltem-se todas as minhas palavras…

E com elas as nuvens negras que assombram os meus dias.

Quero que as palavras limpem as lágrimas,

Apaguem as mágoas e deixem brilhar a alegria.

Basta…

Fortunata Fialho

(Imagem retirada do Pinterest)

Não me interessa.

Não me interessa

Se o mundo gira ao contrário… não me interessa.

Se caminho em sentido inverso… não me importo.

Se recuso ir onde me mandam… que se lixe.

Nesta vida caminho sem pressa em busca do meu Porto Seguro.

Num mundo preto e branco eu quero ser arco-íris.

Neste rebanho branco, faço questão de ser a ovelha negra,

Ser imperfeita é o meu mote,

Remar contra a maré torna-me mais forte.

Não me interessa…

Pensar como me pedem ou vestir o que todos vestem.

Não me interessa se me acham bicho raro,

Se os livros que leio ofendem algumas gentes,

Se escrevo o que me vai na alma sem rima latente.

Se na minha cabeça nascem imagens e histórias diferentes.

Se os retrato sem regras impostas mas com sentimento.

Não me interessam…

Criticas destrutivas, rótulos inúteis,

Pessoas tóxicas e mentalidades fúteis.

Só me interessa…

Ouvir risos e ver campos floridos,

Que as pessoas sejam felizes e o ódio desapareça.

Que o ar não seja poluído e que a água seja pura.

Que seja seguro caminhar na rua…

Fortunata Fialho

Mais uma participação.

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Mulher

Mulher fonte de vida, portadora de milagres,

Ventre fervilhando de vida, mãe de todas as criaturas.

Mulher ser sublime que recebe semente e a transformarem vida,

Amamenta e cuida o futuro da espécie.

Mulher… mãe… cuidadora… fonte de amor.

Mulher ser quase divino … anjo na terra.

Ser que protege arriscando a própria vida.

Mulher… flor delicada que merece ser bem tratada,

Respeitada, acarinhada… muito amada.

Mulher nunca devia ser maltratada… usada … humilhada.

Homem… filho de mulher… por ela acarinhado,

Nunca deveria esquecer que também teve mãe.

Bendito o homem que toda a mulher respeita,

Ama, acarinhar e trata como igual.

Bendito o homem que ama, estima e partilha.

Homem e Mulher devem caminhar lado a lado.

No lar, no trabalho, nos sonhos e na luta.

Nas derrotas e nos sucessos.

Homem? … Mulher?

Não ser humano de iguais obrigações e direitos.

Mulher senhora de todos os dias,

Que todos os dias sejam:

FELIZ DIA DA MULHER.

Fortunata Fialho

Depois…

Depois.

Depois… o passado não volta a acontecer,

Depois será tarde de mais,

Agora o dinheiro não abunda, temos de esperar.

Depois a saúde pode não deixar.

Depois será sempre tarde de mais.

As estradas da vida não nos permitem retroceder,

Sempre que o tentamos mudam de destino.

Eu já tentei e não reconheci o caminho.

A paisagem mudou, os passos perderam-se,

E o passado não encontrei.

Depois nada volta a ser já e o tempo já passou.

Depois nunca será o momento certo,

O hoje é que necessita ser vivido,  

Depois será sempre o momento errado.

Hoje vou aproveitar o momento presente,

Depois logo verei o que me traz.

Depois… não quero deixar mais nada para depois.

Quero viver intensamente este tempo presente.

Somar momentos inesquecíveis,

Beijos e abraços apertados,

Risos e brilhos de olhares cheios de esperança,

Momentos de amor ardente e ecos de risos de crianças.

Depois será amanhã, mas… será nosso esse amanhã?

Fortunata Fialho

Sublime Point Track

Quando eu morrer

Quando eu morrer…

Quando para mim os dias se findarem não me quero esconder na terra,

A terra será prisão aterradora sem grades.

Quero transformar-me em pó e voar com o vento.

A minha alma será liberdade que não se encerra.

Mergulhar nas águas e viajar nas ondas do mar.

Mergulhar bem fundo pois de ar não preciso.

Subir aos céus e, como nuvem chorar lágrimas de dor e saudade.

Saudade do que sonhei e nunca alcancei.

Como o sol, quero irradiar felicidade e amor.

Quero viajar sem conhecer fronteiras,

Percorrer cada canto como se fosse só meu.

Dar infinitas voltas ao mundo sem que impeçam.

Quando eu morrer quero quebrar todos os muros,

Desatar todas as amarras e…

Tansformar todos os meus sonhos em realidade.

Quando eu morrer quero que o vento me conduza,

Que no seu sopro faça as minhas vontades,

Que me mime como se joia rara me tratasse.

Quando eu morrer não quero ser fim…

Quero ser começo… continuidade…

Quando eu morrer… se eu morrer… quero continuar a viver.

Fortunata Fialho