Mar

O sol brilha e o calor aquece, doce e ternamente, a minha pele.

Sentada na areia observo as ondas que se formam no horizonte.

Um azul translúcido manchado de alva espuma, brilha ao sol.

Um azul que se espraia até onde os olhos não podem alcançar.

Aqui e além manchas esmeralda lutam pelo seu lugar neste mar imenso.

Subitamente um imenso grupo de golfinhos agitam as águas.

Com toda a sua vivacidade saltam e brincam rodopiando no ar.

Os sons mágicos da sua comunicação parecem saídos de um canto de sereias.

Eu fico encantada e desejo transportar-me ser um deles.

Impossível… não sobreviveria e talvez acabasse no fundo do mar.

Quem sabe, talvez embalada nas ondas descobrisse um lugar mágico.

Um lugar de criaturas mágicas e, sobretudo, puras e belas.

Um lugar de sonho onde nunca tivesse entrado nenhum pesadelo.

Criaturas de todas as cores com grandes sorrisos de criança.

Criaturas bondade… criaturas felicidade… criaturas amor…

Os golfinhos foram-se, as ondas agitam-se e acariciam os meus pés.

Desfazem-se num manto rendado e cobrem meus pés.

Sonhadora e encantada deixo-me ficar e o mar abraça-me.

Envolve-me com a sua frescura e, lentamente, cobre-me de areia.

Seguidamente, arrependido, retira-a até ao último grão.

O tempo passa e o azul vai escurecendo até ficar negro.

Negro… prata… brilhando em mil estrelas…

Não sei onde termina o mar e começa o céu… não importa…

O seu som embala os meus sentidos e eu sonho com este mar imenso.

Neste infinito azul os meus olhos navegam e a minha alma sonha.

Azul puro… azul maravilhoso… azul mar…

 

Fortunata Fialho